EA volta atrás e o jogo FIFA não mais terá NFTs.
por Eduardo Medeiros
6 de fevereiro de 2022
Categorias: Finanças | Games | NFT | Notícias

Andrew Wilson, CEO da Eletronic Arts, alegou que, apesar ainda acreditar que NFT’s e jogos blockchain são o futuro dos games, ele aguardará um pouco mais antes de entrar nesse universo.

A comunidade gamer no geral é bastante receosa quanto a implementação de NFT’s, por isso a decisão foi comemorada. Esse receio se deve a uma falta de entendimento sobre essa nova tecnologia e, principalmente, a um medo de que ela sirva para sugar ainda mais dinheiro dos jogadores.

E este é um medo plausível, principalmente quando falamos da EA, conhecida por suas políticas mercenárias que visam maximizar os lucros, mesmo em detrimento da experiência do player em seus jogos.

A Eletronic Arts foi fundada em 1982 por William Hawkins. A filosofia que William imprimiu na empresa era simples: “Softwares são como arte, e, seu desenvolvedor, um artista”. A empresa era focada em financiar pequenos desenvolvedores de jogos e, durante os primeiros, tudo correu muito bem e eles vinham tendo ótimos retornos. Apenas para dar um exemplo, a EA desta época foi responsável pelo jogo Wasteland, o precursor da franquia milionária Fallout, que hoje está nas mãos da Bethesda.

No entanto, as coisas começaram a mudar quando esses desenvolvedores pararam de cumprir com os prazos combinados, o que fez a EA, em 1991, criar seu próprio estúdio e começar a fazer seus próprios jogos. Eles então compraram licenças exclusivas com todas as ligas esportivas dos Estados Unidos, retendo o direito de produzir jogos desse nicho.

Nasceu então a EA Sports e, pouco tempo depois, Hawkins, o fundador original da empresa, deixou seu cargo para trabalhar na produção de consoles. A saída do seu fundador mudou completamente a filosofia da empresa, que abandonou a ideia de “jogos como arte” e passou a focar seus esforços única e exclusivamente no retorno financeiro que essa indústria crescente poderia trazer.

Com essa nova filosofia, eles passaram a incutir microtransações em todos os seus lançamentos — até mesmo jogos de terror. A mudança pode ter sido lucrativa para a empresa, mas destruiu completamente a imagem que ela tinha com a comunidade gamer, fazendo com que a EA fosse, por duas vezes, considerada a pior empresa dos Estados Unidos.

Por isso, o envolvimento logo desta empresa em específico com NFT’s assustou tanto a comunidade. O medo é justificado, afinal, mesmo com todo esse feedback negativo, a EA continua com uma política semelhante, talvez apenas um pouco menos selvagem.